O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Cerca de 40 ativistas e militantes do PT se reuniram no início da tarde de segunda-feira (31) para um ato em frente ao monumento aos mortos e desaparecidos na ditadura. O encontro ocorreu na data que marca os 61 anos do início do regime militar no Brasil para chamar atenção ao estado de abandono da obra em aço naval, instalada no bairro Praia de Belas em Porto Alegre.
Entre ex-prefeitos, deputados, vereadores e apoiadores, o grupo levou flores que foram depositadas no monumento, que exibe os nomes dos 20 gaúchos mortos durante a ditadura militar — lidos um por um pelo deputado Leonel Radde (PT). Os manifestantes também fizeram declarações em defesa da democracia e contra a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, pleitos que estavam estampados em faixa exibida durante o ato.
Quem organizou o evento foi a deputada Maria do Rosário, que por motivos de saúde não participou. Em recado lido pela jornalista Telia Negrão, que representou a parlamentar no ato, Rosário fez um apelo para a manutenção do monumento como uma "preservação da memória":
— Alertamos para a responsabilidade do poder público com a preservação da memória. Não cabe descaso, abandono e esquecimento. Esse monumento nos ajuda a vigiar e repudiar os ataques antigos e os atuais para que nunca mais aconteça.
O ex-prefeito de Porto Alegre e vice-prefeito na inauguração do monumento em 1995, Raul Pont — que foi perseguido pelos militares e precisou mudar-se para São Paulo, em 1968 — também defendeu a preservação da obra para "manter viva a memória daqueles que lutaram contra a ditadura".
À coluna, a Secretaria Municipal da Cultura afirmou que a restauração do Monumento aos Mortos e Desaparecidos está "colocada na lista de prioridades". O restauro será realizado pela equipe do Patrimônio Histórico e Cultural da SMC.