
Para a maioria da população brasileira, o crescimento do PIB é uma abstração que não faz diferença na sua vida (embora faça). Por isso, a boa notícia de que o PIB cresceu 3,4% em 2024 e que os investimentos das empresas aumentaram mais do que o dobro não deve mexer no ponteiro da popularidade do presidente Lula.
Os dados que mexem com a vida das pessoas compõem o índice que sintetiza a riqueza gerada ao longo do ano.
Se o PIB cresceu 3,4% é porque as empresas produziram mais e isso significa mais empregos, dado que aparece em outras estatísticas como s do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) ou da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Emprego significa aumento da renda e isso movimenta a economia.
No início de 2024, a previsão do mercado era de um crescimento de 1,5%. O mercado erra mais do que acerta nesse tipo de previsão. Nos últimos 13 anos, acertou a previsão em seis e errou em sete.
Quem planeja investimentos não pode se basear nessas previsões, sob pena de perder dinheiro. Também não pode se basear apenas no discurso oficial, que em qualquer governo tende a pintar cenários mais atraentes do que são.
Hoje a preocupação maior dos brasileiros é com o preço dos alimentos, que, segundo a Associação Brasileira dos Supermercados já começou a cair. Como os dados levam em conta a média praticada, é natural que nem todos percebam essas quedas e questionem a veracidade dos números.
As medidas anunciadas pelo governo para conter os preços são as mesmas adotadas em governos anteriores. Não há originalidade em zerar as alíquotas de importação para forçar a queda dos preços internos. É um instrumento tão óbvio quanto aumentar o juro par a segurar a inflação, que nem sempre funciona.
O governo precisava fazer alguma coisa para segurar os preços. Mesmo que tenha feito para melhorar a popularidade, o que importa é o resultado. Se a inflação cair, ganhamos todos, menos os que torcem pelo fundo do poço.