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O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Com clima tenso entre os deputados, a bancada do Republicanos deve votar nesta terça-feira (25) quem ficará na presidência da Assembleia Legislativa em 2026. Enquanto a ala mais conservadora dos parlamentares reclama da falta de interlocução interna e quer nova avaliação do acordo, o deputado Sergio Peres desconversa e mantém a confiança no reconhecimento à decisão que o escolheu como futuro presidente da Casa.
No início da legislatura, em 2023, os deputados recém empossados escolheram Peres para representar o partido na presidência, em votação que o parlamentar garante estar registrada em documento impresso e assinado. Por meio da chefia de gabinete, o deputado afirma desconhecer qualquer votação prevista para esta terça, e também diz que não existe convocação para essa tomada de decisão.
Além disso, Peres reforça que a atual conversa sobre troca no comando é "incipiente", e "sem base", porque já houve deliberação sobre o tema: ele se refere à decisão do início da legislatura.
Quem convoca um novo pleito interno é o líder da bancada, deputado Gustavo Victorino. À coluna, ele argumenta que houve um "processo de maturidade" nos últimos dois anos, e por isso nova votação se faz necessária.
— As escolhas foram feitas no primeiro dia de mandato, em reuniões para dividir os cargos. Quatro deputados eram inexperientes, não conheciam os bastidores nem muita coisa dentro da Assembleia. Agora, mais de dois anos depois, todos nós já temos boa experiência, vivência, e entendemos que a redistribuição de cargos não tenha sido adequada. Nada contra ninguém, nada contra o partido. Mas quem indica o presidente da Assembleia é a bancada, e não o partido — disse o deputado.
A votação para escolher o futuro presidente deveria ter ocorrido na última terça-feira (18), mas nem Sergio Peres nem a deputada Eliana Bayer compareceram. Com apenas três parlamentares, o grupo decidiu adiar a escolha em uma semana, e Victorino garante que a votação irá ocorrer com maioria simples — de três parlamentares.
O grupo composto ainda pelo Delegado Zucco e pelo Capitão Martim reclama da falta de interlocução com a direção partidária, liderada pelo secretário estadual de Habitação, Carlos Gomes. Peres, por sua vez, é o vice-presidente. Ambos são evangélicos, assim como Eliana Bayer.
O Republicanos ocupará a presidência da Assembleia seguindo acordo firmado entre os partidos com maior representação no plenário. A votação interna para decidir quem será o representante de cada partido na função é informal, com critérios de cada bancada. Atualmente, a presidência da Assembleia é ocupada por Pepe Vargas (PT).