
Com duração de no mínimo quatro anos, a federação PP-União Brasil — que será formalizada na próxima terça-feira e passará a se chamar União Progressista — representa o nascimento da maior força política no Congresso. Originalmente, são 108 deputados e 12 senadores, mas o PP já tem mais uma cadeira na Câmara e outra no Senado garantidas por migração.
Isso significa não apenas ter a maior bancada, mas o maior volume de recursos do fundo eleitoral na campanha de 2026 e o maior tempo de TV e capilarização em todas as regiões do país. O PP é forte onde o União Brasil é fraco e vice-versa. Agora estarão juntos, num arranjo legal que na maioria das vezes é usado para impedir que um partido pequeno acabe por não ultrapassar a cláusula de barreira.
PP e União Brasil são ideologicamente semelhantes e têm as mesmas idiossincrasias. Definidos como de centro-direita, os dois são genuinamente governistas. Participam do governo do presidente Lula, considerado intragável por parte de seus filiados. Ocupam ministérios e estatais e têm milhares de cargos no governo, mas não se comprometem com a reeleição de Lula.
Em tese, a dita União Progressista tem um pré-candidato a presidente — e não é Jair Bolsonaro, que os dois apoiaram quando foi presidente. É o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União, que terá prazo para se mostrar viável. Se chegar a 10% nas pesquisas de intenção de voto, será ungido candidato. Se patinar, a federação procurará outro caminho.
No Rio Grande do Sul, a União Progressista não tem candidato natural ao Piratini. Nenhum dos nomes especulados tem densidade eleitoral, mas a federação ganha poder de voto para indicar vice e candidato ao Senado e escolher as secretarias que quer ocupar se ajudar a eleger o sucessor de Eduardo Leite, até porque a meta é eleger o maior número de deputados federais e estaduais do RS.