O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
O PDT está descartando a ideia de formar uma federação com o PT para as eleições de 2026. A informação foi repassada pelo presidente nacional do partido, Carlos Lupi, a correligionários do Rio Grande do Sul com quem se reuniu neste sábado (8). Ministro da Previdência, Lupi vinha tratando do assunto com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. A negociação causou arrepios em pedetistas gaúchos, que se apressaram em disparar telefonemas ao ministro para demovê-lo da ideia.
Lupi esteve em Xangri-lá, no Litoral Norte, em um encontro na casa do presidente estadual e prefeito de Osório, Romildo Bolzan Júnior. Na conversa com deputados estaduais e federais e outros líderes da sigla, garantiu aos correligionários que a federação com os petistas não irá prosperar.
—Zero chance —cravou Lupi, de acordo com interlocutores que estiveram na reunião.
Em uma federação, os dois partidos teriam de atuar juntos no Congresso e nas assembleias legislativas pelos próximos quatro anos, além de concorrer na mesma chapa em todas as cidades nas eleições municipais de 2028. A hipótese gerava aflição no PDT gaúcho, que temia encolher ainda mais nos próximos pleitos por ter a imagem associada ao PT.
Durante o encontro no litoral, os trabalhistas também discutiram a ampliação da participação no governo Eduardo Leite. Hoje a legenda comanda a pasta de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, com o deputado licenciado Gilmar Sossella, e almeja aumentar seu espaço.
Os nomes mais cotados para compor o secretariado são a ex-deputada Juliana Brizola e o do deputado estadual Eduardo Loureiro. Outros quadros do partido também serão indicados para funções de segundo e terceiro escalões. Na sexta-feira (7), Leite telefonou para Romildo, disse que está trabalhando na reforma do secretariado e prometeu nova conversa nos próximos dias.
O movimento solidifica a disposição do PDT de participar da coligação governista nas eleições do ano que vem, que tende a ser liderada pelo vice-governador Gabriel Souza (MDB). Hoje, é consenso entre as principais figuras do partido que uma composição com o centro seria mais vantajosa do que o apoio ao PT, e Lupi indicou que respeitará a autonomia do diretório local. Para 2026, a prioridade dos trabalhistas será reforçar as candidaturas à Assembleia e à Câmara dos Deputados.
Aliás
O PDT pretende marcar convenção entre março e abril para eleger a nova composição do diretório metropolitano, que responde por Porto Alegre e cidades próximas. O vereador Márcio Bins Ely almeja disputar o comando, mas, diante da disposição de ingressar formalmente no governo Sebastião Melo, tende a enfrentar concorrência.