O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Em franca ascensão, o índice de investimentos do governo do Rio Grande do Sul atingiu seu melhor resultado em pelo menos 25 anos. Em 2024, foram investidos R$ 6,4 bilhões, o que corresponde a 10,7% da receita corrente líquida (RCL) do ano. O indicador ainda tende a subir em 2025 e nos próximos anos em razão das obras de recuperação após a enchente de maio de 2024.
O dado sobre o investimento do ano passado consta na mensagem anual do governador, que será entregue por Eduardo Leite nesta terça-feira (11) à Assembleia Legislativa. Com 182 páginas, ela traça um balanço da situação atual do Estado e das perspectivas para este ano.
O percentual atingido pelo governo atual em 2024 é o maior da série histórica do documento, que compila dados desde 2015. Em mensagens de anos anteriores, há dados disponíveis desde 2000, todos abaixo do registrado no ano passado (veja o gráfico abaixo).
Na comparação entre governos, o primeiro biênio da segunda gestão de Leite soma investimentos equivalentes a 8,8% da RCL. É o maior percentual desde a gestão Olívio Dutra (1999-2002), que aplicou 10,6%.
Desde então, o indicador desceu para 6% na gestão de Germano Rigotto, foi para 5,4% sob Yeda Crusius e fechou em 5,5% na administração Tarso Genro.
O pior índice histórico, de 3,5%, foi registrado na gestão José Ivo Sartori, quando o Rio Grande do Sul viveu a mais violenta crise fiscal de sua história, amplificada pela recessão do país.
Após uma série de reformas na máquina pública, o Estado recuperou a capacidade de investir e o indicador foi para 4,3% no primeiro governo Leite. Somente no programa Avançar, que concentra a aplicação de recursos estaduais em diferentes secretarias, foram executados R$ 6,1 bilhões entre 2021 e 2023.
A perspectiva para os próximos anos é de que que o índice suba ainda mais, diante da necessidade de investimentos para a recuperação do Estado após o desastre climático do ano passado. Para isso, o governo poderá investir cerca de R$ 14 bilhões que seriam usados para pagar a dívida com a União, que está suspensa até 2027.
Aliás
O crescimento dos investimentos do governo do Estado é puxado pelo financiamento de obras. De 2023 para 2024, o elemento "obras e instalações" da lista de despesas saltou de R$ 1,2 bilhão para R$ 2,9 bilhões.