Assim que retornar das férias, no dia 16, o governador Eduardo Leite mergulhará nas articulações para as eleições de 2026. O plano de concorrer a presidente da República segue mais vivo do que nunca, mas Leite sabe que o PSDB deixou de ser um partido competitivo e, por isso, conta com a fusão com o PSD (preferência da maioria dos tucanos) ou com o MDB, desejo do atual presidente nacional, Marconi Perillo.
Em queda livre desde 2018, quando seu candidato Geraldo Alckmin ficou em quarto lugar, com apenas 4,76% dos votos, o PSDB afundou de vez em 2022, depois de João Doria derrotar Leite na prévia e desistir da disputa no meio do caminho. Alckmin saiu do partido, foi para o PSB e hoje é vice-presidente da República. Restou aos tucanos indicar a vice de Simone Tebet, Mara Gabrilli, que em 2023 migrou para o PSD.
De perda em perda, o partido foi murchando e hoje tem apenas três governadores. Além disso, foi mal na eleição municipal e não tem sequer perspectiva de se manter no poder no Rio Grande do Sul a partir de 2027, já que o acordo firmado com o MDB prevê o apoio ao vice-governador Gabriel Souza para concorrer ao Piratini.
Em caso de o PSDB se fundir com o PSD de Gilberto Kassab, Leite poderia ser candidato a presidente contando com uma estrutura que foi vencedora na eleição de 2024 e conquistou o maior número de prefeitos. Para isso, será preciso que o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) opte por disputar a reeleição. O PSD está no governo de São Paulo e Tarcísio seria o candidato preferencial de Kassab.
Ocorre que para ser candidato Tarcísio precisa ter certeza do apoio de Jair Bolsonaro mas ele, mesmo estando inelegível, insiste que será candidato. O governador teria de renunciar no início de abril de 2026, sem ter certeza de que terá o apoio do Bolsonaro. Para concorrer à reeleição, como favorito, pode continuar no cargo. O PSD tem outros governadores, como Ratinho Júnior, do Paraná, mas aliados de Leite acreditam que Ratinho será candidato ao Senado.
Leite não tem nada a perder. Está no segundo mandato e pode concorrer ao Senado, mas sua preferência é pelo Executivo. Caso se confirme a fusão com o PSD, ele tanto pode ser candidato a presidente como a vice. Se os tucanos se unirem ao MDB, a situação é diferente. O nome que o MDB tem para o Planalto é o de Simone Tebet, que participa do governo Lula e teria dificuldade para fazer oposição ao atual presidente ou ao ministro Fernando Haddad, sua dupla na equipe econômica. MDB e PSD integram o governo Lula, mas são pragmáticos: só apoiarão a reeleição do presidente se tiverem elementos para concluir que ele é favorito para vencer. Do contrário, terão seu próprio nome ou apresentarão o vice de um candidato forte.