Para não correr o risco de virar alvo de uma operação policial, como ocorreu com a ex-secretária Sônia da Rosa, o novo titular da Educação, Leonardo Pascoal proibiu a circulação de vendedores de produtos e serviços nas dependências da pasta. A ordem é clara: se alguém pedir audiência para tentar vender alguma coisa, será orientado a mandar um e-mail detalhando o que oferece, qual o custo e quais são as funcionalidades. A partir dessa descrição, a equipe pedagógica da Smed avalia se vale a pena analisar a oferta.
— Não comparemos nada que não seja absolutamente necessário e avaliado por critérios técnicos — promete o secretário.
A coordenação pedagógica está sob responsabilidade da professora Cláudia Ruschel, que foi secretária da Educação em Esteio na gestão de Pascoal.
Para fazer a avaliação diagnóstica e saber em que estágio da aprendizagem estão os alunos da rede municipal, a Smed optou por contratar o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), instituição reconhecida por sua expertise nesse tipo de trabalho. Em dois dias, o Caed aplica as provas e em 10 entrega os resultados.
Outro desafio de Pascoal é definir uma base curricular comum a todas as escolas da rede municipal. Hoje, até a avaliação diagnóstica fica prejudicada porque não há uniformidade nos conteúdos que devem ser dados em cada etapa. Se a família se transfere de um bairro para outro, a criança acaba sendo prejudicada quando muda de escola por essa liberalidade em relação ao currículo, segundo o secretário.
Hoje, um terço das crianças que estudam a rede municipal têm distorção entre idade e série de dois ou mais anos. Eliminar essa distorção e alfabetizar na idade certa estão entre as prioridades de Pascoal, que vai adotar em Porto Alegre medidas que funcionaram em Esteio quando foi prefeito.