Às vésperas da convenção do MDB que homologará a lista de candidatos às eleições de outubro, o ex-governador Germano Rigotto decidiu: não vai concorrer a nada. A decisão, amadurecida em conjunto com a esposa Cláudia e os filhos Rafael e Roberta, não tem a ver somente com a decisão de ajudar a candidata do MDB a presidente, Simone Tebet, mas com o desencanto diante do nível do debate no Congresso.
— Sei que eu teria muito a contribuir, mas quando olho no que o Congresso virou, com esse balcão de negócios de emendas e de orçamento secreto, perco a vontade de estar lá — justifica Rigotto, um político movido a entusiasmo.
O ex-governador tem mais um motivo para não concorrer: o financiamento de campanha. Ele é contra o bilionário fundo eleitoral e à forma como os recursos são distribuídos, com prioridade para quem já tem mandato:
— Tenho certeza de que me elegeria com grande votação, mas não é fácil disputar com quem tem a estrutura de gabinete e as emendas parlamentares para sair distribuindo dinheiro nos municípios.
De Brasília, onde acompanha Simone e a luta contra a ala lulista do MDB, que quer impedir a convenção de amanhã, Rigotto também trabalha para que no Rio Grande do Sul o partido se alie ao ex-governador Eduardo Leite. E justifica:
— Não podemos ter candidatura própria só porque é tradição no MDB. Sem dinheiro e sem tempo de TV, a candidatura de Gabriel Souza só iria dividir o centro e dar chance para um segundo turno entre a esquerda e a direita.