A coluna reconhece que "comeu mosca" ao deixar passar batido o aumento de 35%, em quatro meses, na verba de gabinete dos vereadores de Porto Alegre, mas é estranho que os beneficiários também tenham sido surpreendidos com a elevação dos valores.
Em quatro meses, a verba de gabinete dos vereadores de Porto Alegre saltou de R$ 17,5 mil para R$ 23,7 mil mensais. O descontingenciamento que permitiu o aumento maior ocorreu em outubro. Ali, o valor subiu de 17.578,27 para R$ 21.490,76. A partir de 1º de janeiro, subiu para R$ 23,7 mil, bem mais do que o valor máximo pago aos deputados.
Até os vereadores do Novo e do PSOL, que em geral se rebelam contra aumentos de verbas, dizem que foram surpreendidos. Uma das explicações é que o portal da transparência da Câmara estava com problemas e desatualizado há pelo menos três meses.
O novo presidente da Câmara, Idenir Cecchim (MDB), disse que a maioria dos vereadores não gasta nem 20% da verba de gabinete. Mesmo assim, pediu um levantamento da média de gastos dessa verba por vereador, para saber o que é despesa de manutenção do mandato e o que é promoção pessoal.
— Vamos passar um pente fino — prometeu.
Assembleia não será convocada em janeiro
Prevista para janeiro, a convocação extraordinária da Assembleia morreu na casca.
O entendimento do governo é de que não seria necessário realizar sessões durante o recesso, mesmo que entre 28 de janeiro e a homologação do termo de adesão ao regime de recuperação fiscal não seja permitido aprovar qualquer projeto que altere planos de carreira de servidores públicos.
— Teremos uma janela muito curta, provavelmente entre maio e junho, para votar esses projetos que ficaram pendentes. Depois, vem o impedimento imposto pela Lei Eleitoral — explica o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior.
O plano de carreira do Tribunal de Contas é um dos projetos.
Leite reassume amanhã
Depois do recesso entre o Natal e o Ano Novo, e do afastamento para permitir que Gabriel Souza fosse governador por dois dias, Eduardo Leite reassume o Palácio Piratini nesta segunda-feira (10).
Ou é governo, ou oposição
A partir de março, partidos que não apoiarem o candidato do governo terão que entregar os cargos que ocupam na administração estadual. A aliança PSDB-MDB ainda é possível, mas enfrenta obstáculos. Como todos os pré-candidatos com exceção dos do PT e do PSOL são da base do governo, a quantidade de cargos em comissão que terá de procurar emprego é imensa.
Futuro em discussão no PP
A direção do PP gaúcho convocou reunião híbrida para quarta-feira (12), às 17h. Em pauta, as eleições de 2022, com discussão de candidaturas à Câmara e à Assembleia, de uma proposta de divisão dos recursos do fundo eleitoral a ser encaminhada à executiva nacional e avaliação de cenários no Rio Grande do Sul e no Brasil. O partido lançou o senador Luis Carlos Heinze como candidato a governador e deve oferecer as vagas de vice e senador para conseguir aliados.