Há um alerta do portal especializado Fodors de que 15 destinos turísticos populares não são mais recomendados para visitação em 2025. A alta concentração de turistas nesses locais tem causado impactos negativos às comunidades locais e ao meio ambiente, exigindo que viajantes considerem alternativas menos congestionadas para suas férias.
O site especializado em turismo reconhece a beleza e importância cultural de destinos populares, e ainda ressalta que a alta demanda turística pode prejudicar comunidades locais quando os investimentos se concentram apenas no setor turístico.
Segundo a avaliação, é preciso reconhecer o problema e discutir a pressão insustentável sobre a terra e as comunidades, para as novas gerações continuarem visitando os locais. Na publicação, a Fodors esclarece não defender boicotes, segundo o jornal O Globo.
Confira 15 destinos para não viajar
Bali - Indonésia
Bali, na Indonésia, atrai visitantes por suas paisagens naturais. O turismo impulsiona a economia local, mas o desenvolvimento descontrolado ameaça o habitat natural causando um "apocalipse plástico". A indústria turística e o ambiente natural mantêm uma relação frágil.
Koh Samui - Tailândia
Koh Samui, na Tailândia, recebeu 3,4 milhões de visitantes em 2023. A previsão indica aumento de 10% a 20% em 2024. Especialistas temem o agravamento de problemas como as 200 mil toneladas de resíduos no aterro e a divisão entre áreas turísticas e vilas luxuosas. A estreia da série The White Lotus pode intensificar o turismo, sobrecarregando o tráfego local.
Monte Everest
O Monte Everest acumula 790 toneladas de lixo diários na alta temporada. A região viu casas e pequenas fazendas se transformarem em comércio e hotéis. Estima-se que 30 toneladas de lixo e quantidade incontável de dejetos humanos permaneçam na trilha e encostas.
Agrigento, em Sicília - Itália
Agrigento, na Sicília, será a capital cultural da Itália este ano. A cidade tradicionalmente armazena água em cisternas devido à escassez. O aumento do turismo pode agravar a crise hídrica local, agravada por uma seca prolongada causada por mudanças climáticas.
Ilhas Virgens Britânicas
As Ilhas Virgens aguardam há 13 anos um plano turístico abrangente. O turismo, pilar da economia local, enfrenta aumento de visitantes em cruzeiros. O dinheiro não chega à comunidade e cresce a preocupação ambiental.
Kerala - Índia
Kerala, na Índia, enfrenta aumento de desastres naturais em áreas com fluxos de água afetados pelo desenvolvimento. Em 2023, o estado recebeu 21,8 milhões de turistas nacionais e 649.057 estrangeiros, causando prejuízos às comunidades e ecossistemas locais.
Kyoto e Tóquio - Japão
Em Kyoto e Tóquio, o crescimento do turismo gera desconforto. A mídia japonesa batizou o fenômeno de poluição turística. Moradores reclamam do aumento de custos, falta de serviços e desrespeito à cultura local.
Oaxaca - México
O ressentimento dos moradores de Oaxaca com os turistas se manifesta em protestos pelo estado mexicano. A comunidade aponta a comercialização excessiva da cultura local, degradação ambiental e aumento da desigualdade social.
North Coast 500 - Escócia
A empresa NC500 criou a North Coast 500 para promover as belezas naturais e história da Escócia, com seus castelos, lagos, vilas de pescadores e penhascos. O local enfrenta problemas devido à popularidade excessiva, como aumento do tráfego, congestionamentos, acidentes e atrasos no deslocamento dos moradores.
Barcelona, Maiorca e Ilhas Canárias - Espanha
Em Barcelona, Maiorca e Ilhas Canárias, na Espanha, os moradores sofrem com o aumento dos preços dos aluguéis nas plataformas digitais. Moradores de Barcelona, inclusive, borrifaram água nos visitantes desavisados com algumas pistolas. A cidade possui mais de 10 mil propriedades licenciadas em sites e aplicativos, com elevação de 68% nos preços na última década.
Veneza - Itália
Veneza, na Itália, permanece na lista de locais não recomendados para visita, apesar de anos de marketing turístico agressivo. Mesmo com a implementação da taxa de entrada para turistas diários, a cidade apareceu na lista da Fodors em 2018, 2023 e 2024.
Lisboa - Portugal
Lisboa enfrenta desafios com a redução da oferta de aluguel a longo prazo, aumento de custos e êxodo da população local. A capital portuguesa, classificada como a terceira cidade menos viável financeiramente para se viver, tem cerca de 60% das moradias destinadas apenas para temporada de férias.