O salário mínimo de 2025 começa a ser pago neste mês de fevereiro com um reajuste de 7,5%. O novo valor é de R$ 1.518, um aumento de R$ 106 em relação ao piso de 2024, que era de R$ 1.412.
Apesar de estar em vigor desde 1º de janeiro, o novo mínimo só será creditado neste mês porque os trabalhadores recebem o pagamento referente ao mês anterior. Dessa forma, os contracheques de janeiro ainda seguiram o piso antigo. O reajuste também altera benefícios previdenciários e assistenciais.
A nova política de valorização do salário mínimo considera a reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e uma alta real baseada no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
No entanto, o governo impôs um teto de 2,5% para o aumento real, mesmo que a economia tenha crescido acima desse percentual.
Quanto realmente cai na conta do trabalhador?
Apesar do reajuste, os trabalhadores que ganham um salário mínimo não recebem o valor cheio, pois há descontos obrigatórios no contracheque. O principal deles é a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que tem alíquota de 7,5%.
- Salário bruto: R$ 1.518
- Desconto do INSS (7,5%): R$ 113,85
- Salário líquido (sem outros descontos): R$ 1.404,15
Outros abatimentos podem incidir no pagamento, dependendo do contrato de trabalho, como vale-transporte, empréstimos consignados, contribuição sindical, planos de saúde e pensão alimentícia.
Adicionais que podem aumentar o salário
Além dos descontos, há fatores que podem elevar o valor do contracheque, como:
- Hora extra: adicional de 50% sobre o valor da hora trabalhada
- Adicional noturno: acréscimo de pelo menos 20% para quem trabalha entre 22h e 5h
- Insalubridade: pode ser de 10%, 20% ou 30%, conforme o grau de risco
- Periculosidade: adicional de 30% para atividades perigosas
- Férias: pagamento do salário acrescido de um terço
Impacto nos benefícios e no INSS
O salário mínimo serve como base para o pagamento de aposentadorias do INSS e benefícios assistenciais e trabalhistas, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o abono salarial PIS/Pasep e o seguro-desemprego.
A nova regra de reajuste limita o ganho real do salário mínimo e também influencia a correção das aposentadorias acima desse valor. Para esses benefícios, o governo aplica apenas a variação do INPC (4,71%), o que significa um reajuste menor do que o concedido ao piso nacional.
Entenda o reajuste
A correção de 7,5% no salário mínimo foi calculada com base na inflação dos últimos 12 meses até novembro de 2024, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acrescida de um ganho real de 2,5%, percentual baseado no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar do reajuste acima da inflação, o valor de R$ 1.518 ficou abaixo dos R$ 1.525 que seriam pagos caso o governo mantivesse a fórmula anterior de correção. Isso porque, além da inflação e do PIB, o cálculo passou a incluir um teto de aumento de despesas de 2,5%, limitando o reajuste do piso nacional.
Histórico do salário mínimo no Brasil
O salário mínimo tem sido reajustado anualmente, e nos últimos anos apresentou os seguintes valores:
- 2025: R$ 1.518
- 2024: R$ 1.412
- 2023: R$ 1.320
- 2022: R$ 1.212
- 2021: R$ 1.100
- 2020: R$ 1.045
- 2019: R$ 998
Quem recebe salário mínimo tem que pagar Imposto de Renda?
Os trabalhadores que recebem apenas um salário mínimo estão isentos do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
No entanto, caso tenham outras fontes de renda ou recebam adicionais que elevem seus ganhos mensais, podem ser tributados conforme a tabela do Imposto de Renda.