O cenário das finanças municipais apresentado ao prefeito Nelson Marchezan pela Secretaria Municipal da Fazenda, com queda de 29% na arrecadação de tributos próprios, ameaça o pagamento regular dos salários dos servidores. A previsão é de que neste mês a queda chegue a 42% em comparação com maio de 2019. Marchezan ainda não jogou a toalha e espera pagar o salário de maio em dia, contando com os cortes feitos em outras áreas:
— Esta semana ainda, teremos uma reunião de fluxo. Difícil saber o reflexo em todas as áreas. Temos que saber se a ajuda de Brasília virá mesmo.
Além da queda na receita própria, a prefeitura enfrenta a redução dos repasses estaduais e federais, decorrentes da paralisação da atividade econômica pela pandemia do coronavírus.
As maiores quedas foram registradas no Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), com 44%, seguido de Dívida Ativa (43%). A arrecadação de IPTU e da taxa de coleta de lixo caíram 25%. O Imposto Sobre Serviços (ISS) teve uma redução de 23%, que deve se aprofundar em maio, porque a paralisia pegou o mês inteiro.
— Será um ano desafiador. Mesmo que todas as atividades retornem em breve, a economia não retornará ao seu “antigo normal”. Depois de tudo que fizemos, achei que as dificuldades financeiras de 20 anos já estavam no passado da cidade — desabafa o prefeito.
A equipe da Secretaria da Fazenda analisou o comportamento dos 26 maiores segmentos da economia e apontou os mais afetados, como hospedagem, construção civil e serviços aeroportuários.
— A prefeitura mantém os pagamentos em dia e conseguiu quitar a folha de abril. Porém, os meses seguintes serão de incertezas — reconhece a secretária municipal da Fazenda, Liziane dos Santos Baum.