Mesmo sem representantes do governo Eduardo Leite, a Comissão de Economia da Assembleia Legislativa realizou a audiência pública sobre a venda de ações do Banrisul nesta quarta-feira (4). O chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, enviou um ofício aos deputados argumentando que representantes do governo não compareceriam porque a operação estaria protegida por sigilo, conforme regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O deputado Frederico Antunes, líder do governo na Assembleia, alegou também que a data da audiência não foi previamente combinada com o governo. Em geral, quando há convites desse tipo, a parte convidada é consultada antes da formalização e participa da definição do dia em que comparecerá no parlamento.
Como não ouviram as respostas que queriam, especialmente sobre o destino dos recursos obtidos com a venda das ações, os proponentes Fábio Ostermann (Novo) e Sebastião Melo (MDB) solicitaram a convocação de uma nova reunião – desta vez, acertando a data com o governo. O presidente da comissão, Tiago Simon (MDB), também assinou o requerimento.
Caso o Piratini tente esvaziar o debate novamente, Melo e Ostermann devem propor a convocação do presidente do banco para que explique o processo da venda de ações ao Legislativo. Pelo mecanismo, Cláudio Coutinho seria obrigado a comparecer.
— Se o governo não comparecer (na nova audiência), já estamos com o ofício pronto. A razão de o governo não ter ido é política, porque não quer ouvir a pergunta sobre o que será feito com o dinheiro das ações — diz Melo.
Antunes, por sua vez, garante que, caso haja acerto prévio, o governo mandará representantes para a reunião.