
Um padre gaúcho foi um dos últimos dos milhares de católicos a se despedir do corpo do papa Francisco. Giovane Momo, da diocese de Erechim, que passa um período na Itália para estudos, havia viajado para Treviso na Semana Santa, a cerca de 500 quilômetros de Roma. Mesmo sabendo da morte de Pontífice argentino, devido a compromissos, só conseguiu voltar a Roma na sexta-feira (25), um pouco antes de o caixão de Francisco ser fechado.
O trem atrasou uma hora, o metrô não acelerava, e, assim, Giovane chegou à Praça de São Pedro muito perto do limite do horário de encerramento:
— Eu era o último da fila. Na mala, tinha uma cuia de chimarrão e lembranças que ganhei na paróquia.

Ele passou pelo bloqueio da segurança, depois pelos detectores de metais e, ao chegar próximo à Basílica de São Pedro, percebeu que um cardeal olhava o relógio enquanto observava as últimas cem pessoas na fila.
— Venha! Venha! — gritou.
Giovane, então, passou pela porta santa "de mala e cuia", como tem dito.
— Fui o último a entrar e ainda consegui fazer a oração perto do caixão — contou.
— Eu olhava para trás e não havia mais ninguém depois de mim. Era uma sensação diferente, depois de milhares de pessoas terem se despedido.