O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, antecipou o resultado de um estudo que avalia em R$ 87 bilhões os prejuízos provocados pela enchente de abril e maio no Rio Grande do Sul.
O levantamento, feito em parceria com o Banco Mundial (Bird) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), contou com mais de 40 especialistas. Foi utilizado um método internacional de avaliação de danos e perdas (DaLA, sigla em inglês) Os detalhes do estudo, que está sendo finalizado, serão divulgados nos próximos dias.
— O Rio Grande do Sul foi uma tragédia. A gente se comprometeu a fazer três coisas: uma delas é uma avaliação com outras instituições, como o Banco Mundial e a Cepal. E a gente, de fato, tem um avaliação de custo pesado, R$ 87 bilhões. Só por 2024 significa uma queda de 1,8% do PIB. Segundo, a gente também falou que precisa ter ajuda emergencial e de reconstrução. Na ajuda emergencial, a gente falou até R$ 1 bi, R$ 1,5 bilhão. Isso já foi 70% desembolsado. Além disso, teve a ajuda humanitária, que veio de várias frentes. E teve assistência técnica. Mas a reconstrução vai ser muito importante e isso significa outros recursos: R$ 4 bilhões (disponibilizados pelo BID para eventuais projetos). A gente já olhou, e 80% desses R$ 4 bi já têm destino: uma parte é para pequenas e médias empresas e outra para infraestrutura e resiliência, capacitação, para poder ajudar os governos — afirmou Goldfajn ao sair do evento "Navegando para a COP29 e o Caminho para Belém", organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em Nova York.
O presidente do BID citou o número de mortes na tragédia gaúcha que, segundo ele, é um exemplo dos efeitos das mudanças climáticas.
— Acho que o Rio Grande do Sul nos mostrou que é sério, não é só a Amazônia ou a seca que a gente está vendo agora. E de fato a gente tem acompanhado e tem que acompanhar — disse.
Para a redução dos danos causados pelas secas, o BID anunciou que irá destinar mais de R$ 10 bilhões em investimentos públicos e privados, além de doações para projetos de gestão hídrica, conscientização e formação de brigadistas.