
Divisão da Tenda, uma das maiores construtoras do país, a Alea vai construir 1,5 mil casas para desabrigados pela enchente em Canoas.
As moradias de 45 metros quadrados e dois quartos serão doadas via programa federal do Ministério das Cidades para famílias do Minha Casa, Minha Vida atingidas pela cheia. Os beneficiários serão selecionados pela prefeitura de Canoas.
Conforme o diretor de operações da Alea, Luis Martini, a startup já obteve avaliação prévia positiva da Caixa Econômica Federal. Ainda está passando por trâmites com a administração do município. Martini estima que, após o cumprimento desta etapa, serão necessários 12 meses para entregar as primeiras 300 moradias.
— As casas chegam prontas para uso. A janela tem veneziana, o piso é todo de cerâmica, o banheiro e a cozinha são totalmente funcionais. Pelo método construtivo, tem conforto térmico e acústico melhores, só não são mobiliadas — detalha Martini.
O terreno já está comprado. Fica no bairro Brigadeira, onde não houve inundação. Para aquisição, a Alea teve auxílio da loteadora Nova Harmonia, que será responsável pela infraestrutura urbana da região, do planejamento dos quarteirões à engenharia hidráulica e elétrica.
A Alea vai construir as casas, que são pré-fabricadas em Jaguariúna (SP), em até 36 minutos, e posteriormente montadas no local. A montagem pode alcançar uma média de cinco casas por dia.
O processo de construção da Alea, que utiliza estruturas de madeira, também é limpo e seco, com menor consumo de água e resíduos e menor emissão de CO² em comparação com métodos tradicionais.
Primeira vez no Estado
Cada imóvel é avaliado em R$ 200 mil, e as moradias serão compradas pelo governo federal. O projeto, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 300 milhões, deve gerar entre 200 e 250 empregos e é o primeiro da Alea no Rio Grande do Sul.
— Temos mais de 20 obras em andamento no interior de São Paulo, mas já estamos começando a sair. Faz parte de um processo de expansão de uma empresa que ainda é jovem e que está buscando encontrar seu espaço de crescimento. O projeto de Canoas vai ser o cartão postal para mostrar a qualidade da Alea — diz Martini.
O diretor de operações da startup também afirma que há pretensão de pleitear a construção de mais 1,5 mil casas em Canoas, ainda dentro do programa federal do Ministério das Cidades.
*Colaborou João Pedro Cecchini