
Habitual consumidora de informações meteorológicas, a jornalista que assina esta coluna viu, há quase uma semana, que a previsão era de temperatura máxima de 34ºC na segunda-feira (31) e 22ºC nesta terça-feira (1º). Consciente dos efeitos da mudança do clima, houve uma busca por medidas que prevenissem efeitos de uma tempestade mais severa.
Se um indivíduo medianamente informado pode absorver informações simples de entender, por que quem tem mais estrutura, orçamento e, sobretudo, responsabilidade, não faz o mesmo? Desde a enchente de maio de 2024, que daqui a pouco completa um ano, qualquer chuva mais forte alaga Porto Alegre. Foi assim que o ano começou na capital gaúcha.
A prefeitura, que tem contratado empresas e feito visitas internacionais para aprender a lidar com enchentes, na hora em que o cidadão precisa, o que faz? Pede que atrase a saída de casa para colaborar. A essa altura já com quase quatro anos de conhecimento acumulado sobre as características do Rio Grande do Sul, a CEEE Equatorial segue responsabilizando... as árvores.
O que ainda precisa acontecer em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e no mundo para dar o senso de urgência necessário aos responsáveis em garantir que as tempestades tenham o menor impacto possível na vida dos cidadão?
Ainda não foi possível entender que vai acontecer de novo? E de novo e de novo? Atuar de maneira responsável é pensar no dia de amanhã e, infelizmente, não há um futuro sem tempestades mais severas e mais frequentes à vista.
A meta das Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, as COPs, ainda é limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC. Em 2024, esse limite já foi superado (leia aqui para saber mais). Não há outra alternativa: é preciso se preparar com urgência para um clima mais hostil. Se não for assim, será o dia depois de amanhã.