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Maior rede de varejo do Brasil, a Lojas Renner anunciou que vai investir cerca de R$ 1 bilhão na compra de suas próprias ações.
— É o maior programa de recompra da nossa história, de R$ 1 bilhão, cerca de 7% do total. Temos caixa muito robusto e geração de caixa muito robusta (já tem dinheiro parado e bons resultados aumentam esse valor). Esse recurso vai para investimento, seja em tecnologia, dados, inteligência artificial e maior abertura de número de lojas e remodelações de lojas — detalhou o CEO, Fabio Faccio à coluna.
Embora a Renner tenha posição mais confortável do que a média, esse é um movimento que outras empresas estão fazendo depois que sucessivas quedas na bolsa baixaram o preço dos papéis.
— Estão em um valor que consideramos muito abaixo do que deveria, tanto pelos resultados alcançados quanto pelas expectativas futuras. Como teremos número menor em circulação, as ações de cada acionista terão valor maior. E futuras distribuições de dividendos em juros sobre capital próprio ficarão maiores para cada acionista — diz Faccio.
Lucro em 2024 subiu 9,9%
O anúncio foi feito na noite de quinta-feira (20), quando a Renner apresentou seus resultados de 2024, com aumento de quase dois dígitos (9,9%) no lucro líquido.
— O que ajudou foram os os investimentos que fizemos nos últimos anos, na evolução do nosso modelo de negócio, em produto, na integração com os fornecedores, em digitalização, automação, inteligência artificial e no novo centro de distribuição.
No início deste ano, houve outra "axudinha": segundo Faccio, as vendas aumentaram em todas as lojas do litoral, até as do Uruguai — a Renner tem uma unidade em Punta del Este — com a nova versão do "dame dos" argentino.
Para o resto deste ano, Faccio diz não ignorar que há "projeção de cenário econômico mais adverso, com juros elevados e inflação". Ainda assim, avalia que, como a Renner vem de um ciclo de investimentos importante, tem "diferencial competitivo" mesmo em momento mais desafiador:
— A gente continua tendo um crescimento bastante saudável, com ganho de eficiência e rentabilidade.
Daniel Santos, diretor financeiro da rede, reforçou que o crescimento de 9,7% de receita líquida da Renner no quarto trimestre foi quase o dobro da média do varejo, o que significa que a marca ganhou mercado. E embora tenha crescido em 12 meses, de outubro a dezembro o lucro líquido caiu 7,5%, que o executivo atribui a "lançamentos não recorrentes", ou seja, que não vão se repetir.