A crise causada pela pandemia nas companhias aéreas de todo o mundo fez Latam e Gol pedirem proteção contra credores nos Estados Unidos e levou a Azul a um acordo particular com credores. A situação financeira dessas empresas provoca, de tempos em tempos, iniciativas para combinar negócios.
A especulação mais recente é de uma eventual fusão entre a Azul e a Gol. A coluna usa a palavra "especulação" porque não há – como sempre ocorre nesses casos – confirmações oficiais das empresas. Mas o mercado trata como um negócio em andamento que pode ter sucesso ou ficar no meio do caminho.
Na quinta-feira (9), as ações da Gol subiram 9% na bolsa de valores com a informação de que a empresa discute com a Abra, controladora da Azul, a assinatura de um memorando de entendimento para abrir as negociações de uma possível fusão.
O estágio de avanço das conversas já faz com que gestoras de investimentos já examinem as consequências de um eventual acordo. A Genial, por exemplo, distribuiu a seus clientes um relatório em que avalia que uma eventual fusão representaria mudança significativa no mercado de aviação, criando uma companhia de maior escala, potencialmente mais robusta. Mas adverte que balanços frágeis e desafios regulatórios e operacionais podem atrasar ou limitar o acordo.
Para os consumidores, a possibilidade também tem duas leituras. Se fortaleceria uma companhia majoritariamente nacional – a Latam tem capital chileno –, estreitaria ainda mais as já escassas escolhas de quem compra passagens aéreas.