Depois de alcançar a menor cotação em dois meses, o dólar fechou praticamente estável nesta quarta-feira (29), com oscilação para baixo de 0,06%, para R$ 5,866. É a oitava sessão seguida que a moeda americana registra recuo, maior sequência desde março de 2022.
A cotação teve certa variação durante o pregão, mas perto do fechamento o mercado adotou maior cautela nas negociações à espera das decisões dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil que formam a superquarta: a primeira no governo Trump e a primeira comandada pelo novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Como não houve surpresa nos Estados Unidos — o Fed (Federal Reserve, banco central americano) manteve a sua taxa de juro — e não deve haver também no Brasil — já está contratada a paulada de 1 ponto percentual para reunião desta quarta-feira —, o real manteve sua cotação frente ao dólar. Nem mesmo da entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, veio alguma sinalização de mudança:
— Vamos ver quais serão as implicações para economia da aplicação de tarifas, de políticas de imigração e fiscal para agir como qualquer outra mudança de política no início de uma nova administração.
É bom lembrar que cortes de juro nos Estados Unidos teriam potencial de ajudar a atrair investidores para o Brasil, que opera em ciclo de alta de Selic, por aumento de diferencial de juro — ou seja, elevação da enorme diferença que já existe entre a taxa americana e a nacional. É mais um sintoma do conflito entre bons indicadores de emprego e renda e azedume financeiro.
*Colaborou João Pedro Cecchini