Na quinta-feira (23), o Banrisul vai formalizar uma mudança de seu "posicionamento comercial". A expressão não é óbvia no caso de um banco, mas como seu principal produto é crédito, é simples: o banco estadual vai alterar as regras para concessão de empréstimo.
A mais relevante deve ser a volta do Banrisul ao financiamento de grandes empresas. Na gestão anterior, o foco era o de diluição de risco, com a concentração da carteira de crédito em pequenas operações.
Se por um lado essa estratégia deu conforto ao banco gaúcho quando o sistema financeiro teve ressaca com a concessão de empréstimos na época da pandemia, por outro era vista como excessivamente cautelosa e apontada como uma das causas do baixo crescimento da carteira de crédito.
Um dos motivos para a mudança é acelerar o crescimento da carteira de crédito, especialmente em um momento de forte alta do juro, que limita o acesso a financiamento de empresas menores. Mas a mudança não responde apenas a essa fase, é mais não tem apenas essa Outra é apoiar a reconstrução do Estado.
Outra vertente da mudança é acompanhar o que o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, chama de "profunda transformação do sistema financeiro", com a ascensão de bancos digitais e fintechs (startups financeiras).
A vocação do banco estadual, vem afirmando Lemos, não é, obviamente, ser uma fintech. Mas já avisou que vai buscar um posicionamento "híbrido" – parte tradicional, parte digital. Isso deve se traduzir em mais velocidade na análise e na concessão de crédito, claro que obedecidos os critérios de prudência típicos do sistema financeiro.