As cooperativas gaúchas devem registrar crescimento médio de 6,9% em 2024. O resultado é puxado pelo aumento de concessão de crédito, sobretudo para compensação de perdas sofridas por estiagem.
Em termos nominais, o cooperativismo gaúcho espera faturar R$ 92,3 bilhões no período. Até 2030, a previsão é alcançar R$ 150 bilhões.
— O ano de 2024 pode ser dividido em três partes. Na primeira, uma grande estiagem. Depois, a enchente. E, por último, a retomada. Crescemos sem descuidar do nosso compromisso de promover o desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atuamos — afirma o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann.
Ainda conforme o executivo, a Ocergs entregou de "toneladas" de alimentos, produtos de limpeza e itens básicos durante a enchente de maio em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Conselheiro do Sistema Ocergs e presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste, Márcio Port observa que as cooperativas de crédito foram as maiores repassadoras do Pronampe no Rio Grande do Sul depois da enchente. O Sicredi, por exemplo, foi o maior operador financeiro da linha do BNDES para reconstrução. Port avalia que o cooperativismo de crédito é parte fundamental da retomada de negócios afetados pela enchente.
— Conseguimos atenuar bastante os efeitos da enchente com a atuação das cooperativas, que tiveram acesso a todas as linhas de crédito do governo federal. Vários dos nossos dirigentes foram atingidos pela enchente ou ficaram desabrigados. Eles viram a dificuldade que o associado estava passando, e isso permitiu uma resposta mais rápida e certeira.
Após as dificuldades enfrentadas no período da pandemia, quando houve represamento de procedimentos e alta nos custos dos insumos, o ramo da saúde estima avanço de 11% em relação a 2023. Segundo o conselheiro do Sistema Ocergs e presidente do Instituto Unimed/RS, Alcides Mandelli Stumpf, o setor superou as dificuldades e voltou a alguma normalidade:
— Em torno de 85% de nossos planos são empresariais, convênios que as empresas têm com as cooperativas de saúde. Por isso, dependemos muito do desempenho da economia de forma geral. Como houve aumento do número de pessoas contratadas com carteira assinada, aumentou o nosso montante de conveniados.
*Colaborou João Pedro Cecchini