
Dirigido por Gabriel Mascaro, o longa-metragem O Último Azul venceu duas categorias na 75ª edição do Festival de Berlim e recebeu o Urso de Prata – segunda maior horaria do prêmio, concedida pelo grande júri. A premiação ocorreu neste sábado (22), no Palácio da Berlinale, na Alemanha.
O filme brasileiro venceu o prêmio do Júri Ecumênico, destinado a produções que abordam questões sociais e espirituais, e o prêmio do Júri de Leitores do jornal Berliner Morgenpost. O Urso de Prata é concedido a produção que fica em segunda lugar na categoria de melhor filme, que recebe o Urso de Ouro.
— O Último Azul fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde par achar significado na vida. Muito obrigado! — disse o diretor Gabriel Mascardo ao receber o Urso de Prata.
Estrelado por Denise Weinberg, ao lado de Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás e Adanilo, o filme foi aplaudido pela crítica e pelo público em sua estreia mundial no festival, no último dia 16.
Denise Weinberg destaca a potência do cinema nacional:
— Estamos muito, muito felizes com este Urso de Prata e alavancando o cinema brasileiro depois de anos de trevas. Somos capazes, sim, somos criativos, sim. Temos de levantar nossa autoestima e continuar resistindo!!!
Rodrigo Santoro complementa:
— Quando o cinema brasileiro independente recebe um reconhecimento dessa relevância, a maior vencedora é a nossa cultura. É emocionante representar o Brasil num filme que nos convida a reeducar o olhar para um tema tão urgente.
Para o júri de leitores do Berliner Morgenpost, o longa "aborda temas como idade, liberdade e autodeterminação em um mundo hostil, mas de forma alegre e colorida, trazendo uma mensagem de esperança".
Enredo
A história se passa na Amazônia, em um futuro próximo, onde um governo transfere idosos para uma colônia habitacional destinada a seus últimos anos de vida. No entanto, Tereza (Denise Weinberg), 77 anos, decide embarcar em uma jornada pessoal antes de aceitar seu destino imposto. Com um olhar sensível e poético, Mascaro constrói uma narrativa que mistura aventura, amadurecimento e resistência.
Esta é a primeira vez desde 2020 que um filme brasileiro concorreu ao Urso de Ouro, prêmio que o país já conquistou com Central do Brasil (1998) e Tropa de Elite (2008). Com previsão de estreia nos cinemas brasileiros ainda em 2025, O Último Azul será distribuído pela Vitrine Filmes.