O tal "susto" da última sexta-feira (28 de abril) com a alta de 3,32% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (BC) de fevereiro foi confirmado nesta quarta-feira (3) pelo Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O indicador, que apontou aumento de 2,5% no segundo mês do ano, também confirmou o "principal suspeito" do movimento inesperado: o campo. No mercado, a previsão de crescimento em fevereiro era de apenas 1%.
— O forte crescimento de 2,5% da economia em fevereiro foi devido, principalmente, à atividade agropecuária. Embora a indústria e os serviços também tenham crescido na comparação com janeiro, o expressivo desempenho agrícola, justificado principalmente pela safra recorde de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura, é o grande destaque da economia no mês — detalhou Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
É importante observar que o Monitor do PIB da FGV e o IBC-Br têm metodologias diferentes. A do Monitor é mais parecida com a das Contas Nacionais do IBGE, que resulta no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A do IBC-Br é mais simplificada, mas considera o resultado da agropecuária, que parece ter sido ignorado ou subestimado nos modelos de projeções de economistas.
Segundo Juliana, como a maior parte da colheita de soja é realizada de fevereiro a abril, o resultado do segundo mês do ano "sugere persistência do bom desempenho econômico no início do ano". No início da noite, vamos saber como o Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou esse dado fora da curva que, segundo o temor de alguns analistas, pode representar aumento no nível de alerta sobre a inflação - embora a coluna lembre que essa não é uma avaliação unânime.