Desde a projeção de seu retorno à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump impacta a cotação do dólar. Já fez a moeda americana subir, descer, mas agora, suas ameaças parecem não ter efeito.
Apesar de a Casa Branca ter confirmado nesta sexta-feira (31) a implementação de imposto de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá e 10% sobre importados da China a partir deste sábado (1), o mercado permanece cético sobre a efetiva aplicação.
A medida que teria grande potencial de gerar abalo no câmbio fez o dólar... recuar 0,25% (sim, recuar) nesta sexta-feira para R$ 5,837, décima sessão seguida de queda.
Ainda faltam detalhes sobre as taxas, mas Trump já disse que pode excluir as importações de petróleo canadense e mexicano. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que mais informações serão apresentadas neste sábado.
Como o real se fortalece apesar de Trump, há percepção de ocorra uma correção de exagero na depreciação da moeda brasileira no final do ano passado. Conforme dados do ValorData, do jornal homônimo, o dólar teve valorização de 6,06%, a terceira maior em 33 moedas, só atrás do peso colombiano (6,52%) e do rublo russo (15,06%).
Houve saída intensa de dólares em dezembro por forte deterioração dos indicadores financeiros, sintoma da perda de credibilidade na política fiscal. O movimento que ocorre agora seria uma espécie de ajuste da cotação, o que coloca o real entre as moedas com melhor desempenho frente ao dólar neste ano.
*Colaborou João Pedro Cecchini