A penúltima atração da segunda noite do Planeta Atlântida 2025, na verdade, foram três. E o show foi especial. A nova label do festival, o Baile do Planeta, estreou na madrugada deste domingo (2) — exatamente às 1h31min —, levando ao palco três expoentes do funk nacional.
Para o lançamento da marca planetária, que segue a tendência nacional, como a Tardezinha, de Thiaguinho, e o Numanice, de Ludmilla, foram chamados Kevin o Chris, representando o Rio de Janeiro, Livinho, de São Paulo, e o DJ Ariel B., do Rio Grande do Sul. E a ideia é que o projeto perdure para as próximas edições do festival.
Enquanto o gaúcho, em sua estreia no palco principal, abriu a festa, discotecando versões dos mais variados sucessos nacionais, os outros dois artistas se apresentaram individualmente, mas, também, fazendo uma collab — Kevin o Chris e Livinho, inclusive, lançaram, em 2023, o EP Eu Amo o Rio, Eu Amo SP. E foi com este trabalho que rolou o encontro deles no palco.
A ideia, desde a concepção do projeto, era fazer “um show dentro de um show”. E funcionou. A dinâmica entre os três artistas fluiu bem e animou o público, que conseguiu curtir uma apresentação um pouco mais extensa que as demais, somando 1h40min, sem que houvesse troca de palco. A vibe de festa não teve um minuto de respiro.
Ariel B., já de cara, explorou os recursos do palco, elevando labaredas, jogando papel picado sobre o povo e utilizando os telões para ajudar na construção da sua apresentação. Em 10 minutos, ele desfilou fragmentos dos mais diversos funks nacionais, de eras diferentes, com uma batida personalizada sua, fazendo o show tremer.
Depois, é claro, o gaúcho exaltou… os gaúchos. Colocou a bandeira do Estado no tela e puxou mais um “ah, eu sou gaúcho” dos planetários, além de inserir um trecho da abertura do Canto Alegretense. Voltando ao pop e funk rapidamente, já colocou a galera para dançar e rebolar novamente. Explorou cada momento da sua breve, mas empolgante, apresentação.
— Era o meu sonho estar aqui neste palco. Batalhei por muitos anos para estar aqui — finalizou o agradecido Ariel B., já convocando Livinho, que assumiu o baile.
Mesmo sendo um show dentro de um show, o paulista deu a sua cara para o seu segmento, com bailarinos bem coreografados e largando de cara o hit Hoje Eu Vou Parar na Gaiola, justificando a escolha de seu nome para estar no start do projeto. O artista dominou o cenário todo, mostrando um vasto repertório de passinhos, que empolgou o público _ mas a sua inquietude, também, gerou dor de cabeça para a técnica, já que o seu microfone não parava preso na calça.
Ela Vem, Vidrado em Você, Irmã Gostosa, Cheia de Marra, Na Vara vieram na sequência e, mesmo com batidas diferentes, conversavam entre si: falavam de pegação e sedução. Era justamente o que o público estava procurando. Os presentes, tal qual o artista, não ficaram parados — ok, o cansaço dos dois dias de evento permitia, na maioria das vezes, só um passinho para o lado e um para o outro. Mas valeu.
A galera animou com a performance do funkeiro que dançou enquanto secava o suor com uma toalha e cantava Bem Querer. Quem gritou mais alto na plateia, ganhou o item.
Um dos pontos altos para os fãs veio quando Livinho cantou o viral do TikTok Passa Passa Pra Eu Sarrar: o funkeiro se deitou no palco do Planeta Atlântida e começou a fazer abdominais no ritmo da música. Outros hits do paulista ainda apareceram e foram bem recebidos — mas não tanto quanto o momento em que ele tirou a camiseta no palco.
O show do paulista durou 40 minutos e, ao final, fez um discurso motivacional. Depois, ele convocou o seu parceiro fluminense Kevin o Chris.
Juntos, os funkeiros interpretaram De Copão na Mão, collab dos dois: “De copão na mão / Paradin, de cantin, posturadão / Joga na minha cara o pacotão / Esfrega, esfrega pro chefão, ô-ô-ô”. E o som bateu forte nos planetários.
Ao deixar o palco, Livinho, abraçado em Kevin, deixou qualquer falsa modéstia de lado e cravou:
— Vocês estão na presença de dois ícones do funk.
O fluminense, na sequência, já deu sua carta de apresentação com Tu Tá na Gaiola e Dentro do Carro, convocando a galera para cantar junto. Foi atendido, criando a ponte entre RS e RJ, com suas batidas graves estremecendo a Saba. A popular Tá Ok, parceria com Dennis, também teve o seu espaço e várias pessoas arriscaram ir até o chão.
— Quem quer ouvir funk 150 bpm aí levanta a mão? — questionou o artista e, ao receber o passe livre dos planetários, emplacou Eu Vou Pro Baile da Gaiola.
E o ritmo acelerou, com Kevin apresentando para os gaúchos um dos seus maiores sucessos, Evoluiu: “Evoluiu, ritmo agressivo, 150 fluiu / Levando levadas que você nunca ouviu / Eu sou o Rio”.
Na pegada de revisitar as antigas, o funkeiro ainda trouxe Ela É do Tipo: “Vai, rebola pro pai, novinha, vai / Descendo, vai descendo”. Cantando lado a lado com os planetários, que levantaram o primeiro “eu não vou embora” da noite logo na sequência.
Como agradecimento, Kevin entregou o hit Papin e um medley com diversos sucessos nacionais, para fechar o baile com chave de ouro — e com todo mundo dançando e ele próprio enrolado na bandeira do Rio Grande do Sul estilizada com o logo do Planeta Atlântida.