A decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que na semana passada informou o governo do Estado do encerramento do processo administrativo que investigava a venda de ações do Banrisul, foi um alívio ao banco e ao Piratini. Seguem as apurações dos Ministérios Públicos Federal, Estadual e de Contas, além da Polícia Federal, mas todos devem se referenciar na apreciação da “xerife do mercado”.
Apesar de ver interesses políticos no surgimento de denúncias, integrantes do governo e da direção do banco fizeram uma autocrítica sobre o confuso processo de comunicação – para os contribuintes e para o mercado – da venda de ações. Vice-presidente do Banrisul, Irani Sant’Anna Junior explica que algumas decisões sobre divulgação foram tomadas para tentar preservar o valor das ações que seriam oferecidas.
A expectativa de governo e Banrisul é de que os demais processos sejam encerrados na esteira da decisão da CVM. Mas ficou a lição de que processos de venda de ações em geral, e os de empresas relacionadas ao governo especificamente, precisam ser melhor tratadas. Internamente, Piratini e banco reconhecem “trapalhadas” no processo que, esperam, não sejam repetidas em futuras ofertas.
Apesar da suspensão da venda de ações da Banrisul Cartões prevista para este mês, não se descarta a retomada caso o mercado dê condições. Em julho, a bolsa subiu quase 10% – só não cravou os dois dígitos por conta do recuo superior a 1% de ontem. Se a recuperação se sustentar – o que vai depender do quadro eleitoral nacional – o banco poderá retomar a oferta da rede Vero. Desta vez, asseguram governo e Banrisul, sem o vaivém e a confusão até com investidores que marcaram as tentativas anteriores.