Considerada a projeção mais frequente para o IBC-Br, de 0,3% de variação positiva, o resultado de -0,51% divulgado na sexta-feira pelo Banco Central representa quase um ponto percentual de "quebra". Não é pouca coisa. Depois de um abril melhor do que o esperado, maio vem apontando para frustração das expectativas de "salvar" o segundo trimestre do Produto Interno Bruto (PIB) da tinta vermelha que havia recebido uma folga no período de janeiro a março.
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O indicador que já foi apontado como "prévia do PIB", mas tem certa divergência de resultados com a medição oficial do nível de atividade econômica, teve comportamento inesperado. Como é reconhecido como um dos "proxis" (indicadores de aproximação) das contas trimestrais, o IBC-Br e seu resultado negativo podem contribuir para novas rodadas de redução nas projeções para o ano. No mais recente boletim Focus, que traz as médias das expectativas do mercado financeiro, já havia encolhido, ainda que discretamente, de 0,39% para 0,34%.
Em novo contraste entre a economia real e o mercado financeiro, bolsa e dólar tiveram uma das melhores semanas do ano. Nos últimos cinco dias úteis, a bolsa acumulou alta de 5% e passou dos 65 mil pontos, enquanto o dólar caiu abaixo de R$ 3,20, como se previa. O real teve alta de 3% na semana, que foi a melhor do ano para a moeda nacional. Os investidores têm motivos para se descolar da crise: ganhar dinheiro. Quem precisa da economia real para isso, terá de esperar mais.