
A perícia não encontrou sangue na residência onde Théo Ricardo Ferreira Felber, de cinco anos, passou a noite antes de ser jogado de uma ponte pelo próprio pai, em São Gabriel, na Fronteira Oeste. A conclusão está em laudo recebido pelo recebido pela Polícia Civil nesta sexta-feira (11).
A análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP) foi realizada na casa onde a criança esteve com o pai, Tiago Ricardo Felber, 40 anos, suspeito do crime.
Segundo o delegado Daniel Severo, que investiga o caso, a ausência de sangue na casa indica que todas as lesões que ocasionaram sangramento no menino ocorreram quando ele foi atirado da ponte.
— Na verdade, foi mais uma evidência que confirma a hipótese de que, no interrogatório, ele (o pai) disse tudo mesmo e tudo do jeito que aconteceu — afirma o delegado, sobre o fato do pai ter relatado à polícia que o menino não estava morto quando foi jogado por ele.
Isso não descarta, porém, a possibilidade de tentativa de homicídio por parte de Tiago ainda na noite anterior à morte de Theo, uma vez que a análise preliminar no corpo do menino revelou lesões em volta do pescoço dele, o que indicaria estrangulamento.
O laudo de necropsia ainda é aguardado pela polícia e deve ser entregue nos próximos dias. Os documentos são aguardados para finalizar a investigação.
Em contato com a reportagem, a defesa de Tiago Ricardo Felber afirmou que "não obteve acesso a nenhum laudo do IGP."
Relembre o caso
Théo foi jogado da ponte sobre o Rio Vacacaí no dia 25 de março. A travessia fica na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Mato Grosso. O menino morava com a mãe em Nova Hartz, mas estava sob os cuidados do pai.
Em depoimento, o homem contou que esganou o filho durante a noite anterior ao crime, mas a criança recuperou os sinais vitais. O menino apresentava lesões antigas no corpo.
Câmeras de segurança registraram Tiago carregando Théo por cerca de três horas em uma bicicleta antes de o menino ser encontrado morto.
Após o crime, ele também enviou áudios no WhatsApp afirmando que teria jogado a criança da ponte.
O homem se apresentou à polícia à Brigada Militar e afirmou ter arremessado o filho do local. Ele afirmou que cometeu o crime para se vingar da ex-companheira.