Foi anunciada nesta quinta-feira (25) a conta da depredação na Esplanada dos Ministérios durante o confronto de quarta-feira: R$ 1 milhão. O valor nominal parece baixo para um país com o desafio de fechar o ano com rombo "limitado" a R$ 139 bilhões. Mas é uma conta extra para pagar em momento de escassez e sugere que vandalismo e corrupção têm a mesma origem: a concepção de que o patrimônio público é "deles".
Na visão de quem rouba, é "deles", para levar em malas, mochilas e transferências ao Exterior. No olhar de quem destrói, também é "deles", dos que afanam com desfaçatez que desafia lógica e prudência. Para se justificar, acreditam estar destruindo patrimônio "deles". Nenhum dos grupos age como se o dinheiro público fosse o que é: "nosso", como a responsabilidade por vigiar seu destino.
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Às custas de obras paradas e problemas irresolvidos, as contas do governo federal tiveram, no mês passado, um raro resultado positivo nos últimos meses, de R$ 12,57 bilhões. Conforme o Tesouro Nacional, é o melhor resultado para abril desde 2014. Essa situação é decorrente de dinheiro público que foi para as mãos erradas – cerca de R$ 10 bilhões, para as de Joesley e Wesley Batista construírem uma campeã nacional que agora quer se tornar internacional.
A solução para a rima com mesma fonte precisa estar na reconstrução dos pactos de representação no país. Além da reforma política cobrada por centenas de entidades empresariais, em anúncios publicados nesta quinta-feira (25) em todo o país, é preciso refundar a cidadania baseada na consciência de que o dinheiro público não é "deles".