Eduardo Coudet é um fenômeno. No Inter, ele não tem superiores, nem colaboradores. Ele tem fãs. Sua primeira passagem pelo clube terminou com um abandono, um singelo "vou à Espanha ser feliz", mas não foi feliz no Celta e decidiu não renovar seu contrato.
O perdão vermelho veio à jato, com o anúncio da volta, no ano passado, para substituir Mano Menezes. Chegar às semifinais da Libertadores foi seu grande feito até agora, mas sacar os melhores do time, no segundo tempo do Maracanã, no jogo de ida contra o Fluminense, e levar o gol de empate de um adversário com um jogador a menos, muitos colorados lembram até hoje.
No segundo Gauchão de sua vida, perdeu de novo, exatamente como em 2020, mas seguiu forte. Recebeu mais reforços que todos os colegas técnicos que trabalham nos grandes times do país, mas seu time não encaixa, não brilha.
Na Copa Sul-Americana, pasmem, o Inter precisa vencer o jogo contra o Delfín, neste sábado, em Caxias, não para garantir a classificação, mas para seguir num play-off e tentar se manter na competição. Uma segunda chance, sabe? Um tente outra vez...
Quem passou os últimos meses em Marte, voltar ao Brasil e ouvir que um time que tem Rochet, Vitão, Thiago Maia, Aránguiz, Alan Patrick, Valencia e Borré está nessa situação, com certeza, vai duvidar. Ou fazer a pergunta que os fãs talvez não façam nos corredores do Gigante: "Com todo esse elenco, será que o trabalho do comandante é bom?"
A campanha no Brasileirão e o aproveitamento de líder, mesmo com dois jogos a menos, obviamente, é o que mantém o argentino forte no seu posto. O Campeonato Brasileiro é a prioridade do Inter e isso ninguém nega, do porteiro ao presidente. A questão central é o que os grandes administradores chamam de leitura dos sinais. Gauchão e Sul-Americana são dois muito claros. Resta saber se os fãs conseguem ou querem ver.