O Millôr dizia que há um instante na vida de qualquer pessoa em que ela pensa: nunca me senti tão feliz como neste exato momento. E que em seguida vem outro pensamento: nunca mais me sentirei tão feliz como agora. Eu me lembrava do Millôr contando que seu momento fugidio de prazer inédito viera dirigindo um conversível pela Avenida Atlântica, em Copacabana. Ainda moço, bem pago (na revista O Cruzeiro, que circulava por toda a América Latina), festejado como humorista e pensador, sentindo a brisa do mar nos cabelos que ainda existiam, o Millôr tinha todas as razões para dizer daquele momento: é este. E, como este, nunca mais.
Crônica
É este
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Luis Fernando Verissimo