A polarização na eleição nacional, com o duelo entre Bolsonaro e Lula, fez os olhos do eleitor gaúcho se concentrarem menos na disputa regional até aqui. Nesta perspectiva, é importante salientar um número que aponta nessa direção.
Conforme a pesquisa Ipec realizada entre os dias 12 e 15 de agosto, seis em cada 10 eleitores no Rio Grande do Sul ainda não sabem em quem vão votar para governador em outubro.
O percentual é expressivo: 64% não sabem em quem votar ou não responderam quando perguntado. Esse dado aparece na pesquisa espontânea, ou seja: quando o entrevistador pergunta para o cidadão ou cidadã em quem ele pretende votar para governador, sem listar quais são os nomes na disputa.
E por que esse número chama a atenção? Porque significa que os candidatos ainda têm um terreno interessante para avançar, durante pouco mais de um mês de campanha.
Na prática, mais da metade dos entrevistados ainda está indeciso, então terá que se informar sobre os candidatos — o que se torna mais fácil agora, com a campanha em rádio e TV começando na sexta (26) — e então definir para quem pretende direcionar seu voto.
É curioso sublinhar que no Rio Grande do Sul, em mais de uma oportunidade, houve "reviravolta" quanto à ordem dos primeiros colocados na disputa ao governo. Basta lembrar que Rigotto, em 2002, e Yeda Crusius, em 2006, estavam bem atrás nas pesquisas (com um dígito somente) e acabaram sendo eleitos para o Piratini.
Pesquisa Ipec
O Ipec foi criado por ex-executivos do Ibope Inteligência após o seu encerramento. O novo instituto de pesquisa atua na área de consultoria e inteligência em pesquisas de mercado, opinião pública e política.
A pesquisa contratada pela RBS foi realizada com 1.008 pessoas em 56 municípios do Estado, entre os dias 12 e 15 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que significa que se ela for aplicada cem vezes, daria resultados dentro da margem de erro em 95 casos. O levantamento foi registrado no TRE/RS sob o número RS-08381/2022.