
Toda vez que me deparo com a oportunidade de conversar com algum representante do poder público do Rio Grande do Sul, tento extrair dele o máximo de respostas possíveis sobre o que está sendo feito para que daqui a alguns anos nosso Estado esteja entre os melhores. Para acrescentar um elemento afetivo, argumento: “é que gostaria que meu filho crescesse e continuasse vivendo aqui”. A despeito do apelo materno, a reflexão sobre o futuro gaúcho é muito mais profunda e carece de atenção.
Um bom começo é olhar para as informações de um estudo recente do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, com recorte regional. Uma das conclusões é de que o PIB de Santa Catarina cresceu 2,5% ao ano entre 2001 e 2024, único acima da média nacional. Enquanto isso, o nosso avançou apenas 1,5% ao ano.
Foram três dias de arenas lotadas em um espaço que há um ano fora devastado pela enchente
E por quê? A própria pesquisa trouxe algumas respostas, entre elas nossa situação fiscal, que influencia o desempenho da atividade econômica. Traduzindo: por estarmos encalacrados (há bem pouco tempo nem sequer os salários eram pagos em dia), o Estado não consegue adotar medidas que tornem a economia mais pujante. Enquanto tentamos colocar a casa em ordem, o vizinho nada de braçada. Há também o clima (ora chuva, ora estiagem) que castiga um Estado baseado no campo. Contudo, há outro aspecto que penso importante sublinhar: o peso da inovação para o salto catarinense.
Vejamos. Tanto indústria, quanto serviços andam muito bem acima do Mampituba. Em serviços, destaque para os de informação, tecnologia e inovação. Como esses segmentos estão muito fortes, diz a FGV, acabam ajudando SC a ter esse bom desempenho. E vai além. Quando a inovação é forte, todo mundo se beneficia. A indústria, por exemplo, é beneficiada. E isso se reflete na economia. Reflete-se na arrecadação de impostos, nos serviços à população.
Por isso, não há como não celebrar a conclusão de mais uma edição do South Summit Brazil aqui em Porto Alegre. Foram três dias de arenas lotadas em um espaço que há um ano fora devastado pela enchente. É, sim, uma demonstração da resiliência do povo gaúcho, mas uma prova de que permanecemos atentos à necessidade de fortalecer essa área. A inovação torna o trabalho mais eficiente. A inovação se propõe a resolver problemas dos mais simples aos mais complexos, inclusive as questões climáticas. Não há saída sem ela. E que sorte a nossa ver que ela veio pra ficar (aqui).