Insatisfeitos com rumos da legenda e a falta de uma identificação com os "valores essenciais" do partido, uma ala do PP gaúcho se organiza para fundar um movimento inédito, com a participação de prefeitos, deputados estaduais e federais. O encontro deste grupo está programado para sábado, dia 25, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. A intenção é promover um "reencontro de identidade" — na prática, valores alinhados ao liberalismo econômico e à doutrina social cristã — e também uma revisão de práticas, no sentido de não deixar o partido "virar balcão de negócios".
Um dos líderes à frente do movimento é o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin (PP).
A coluna teve acesso ao rascunho de um documento que pretende traduzir essa inquietação. No texto, sobram críticas a adesão do PP, em âmbito nacional, aos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff. O esboço afirma que este alinhamento ao PT "sepultou o que restava de uma ideia de posicionamento". O texto é ainda mais duro ao se referir aos escândalos de corrupção apontados como resultado dessa aliança: "é uma página vergonhosa em nossa trajetória". O grupo pede que decisões como essa não voltem a se repetir.
É com grande expectativa que o grupo se organiza para se encontrar no próximo sábado (25), quando também ocorrerá o lançamento do documento, que até aqui foi batizado de manifesto "Penso Progressista". "Será o primeiro passo visível de uma frente que quer avançar pela boa política", resume o texto.
— Queremos um partido opinativo que represente o nosso eleitorado, que em suma é um eleitor de direita. É alguém que pensa em valores, em princípios, em mercado e isso foi se perdendo ao longo do tempo — descreveu um dos integrantes do grupo à coluna.