A arte existe, porque a vida não basta, escreveu Ferreira Gullar. Mais do que nos permitir ir além, ela ajuda a jogar luzes (e a nos fazer pensar) sobre temas que precisam de atenção. A mudança climática está — ou deveria estar — no topo da lista.
No ano em que uma catástrofe ambiental fez o Rio Grande do Sul submergir, o grupo Transforma Cia de Dança traz ao palco do Theatro São Pedro, no próximo sábado (26) e no domingo (27), o espetáculo Ecos.
Encenada pela primeira vez em 1993, recriada em 2022 e vencedora de dois Prêmios Açorianos de Dança em 2023, a obra é um soco no estômago de quem não percebe que precisamos mudar a relação com o meio ambiente.
O roteiro é inspirado no conceito de Gaia, abordado pelo ambientalista gaúcho José Lutzenberger, morto em 2002. Em sua releitura do conceito, Lutz mostra o planeta Terra como um ser vivo capaz de se autorregular e de manter as condições adequadas para a vida. Só que esse equilíbrio vem sendo ferido de morte pela ação humana.
Além de dar voz a Lutz e exaltar seu legado (mais atual do que nunca), o espetáculo presta um tributo a Suzana d’Ávila, figura icônica da dança gaúcha, que partiu em 2023. Ecos foi o último trabalho por ela dirigido.
Os ingressos para a apresentação estão à venda no site do teatro (theatrosaopedro.rs.gov.br). No link você encontra todos os detalhes.