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O governador Eduardo Leite deu uma curva nos bandidos. Principalmente aqueles que tinham como missão atacar bancos no Rio Grande do Sul. A redução vem ocorrendo nos últimos anos, mas os dados mais favoráveis começaram a ser percebidos a partir do ano passado e se intensificaram em 2020.
Acompanho o tema desde 2009, quando as ocorrências aumentavam exponencialmente e o governo do Estado não conseguia fazer frente aos ataques. A partir de 2010, inclusive, os bandidos passaram a usar explosivos nas ações, o que trouxe ainda mais temor aos moradores de pequenos municípios gaúchos, geralmente, cidades escolhidas com mais intensidade pelos criminosos por causa do baixo efetivo das forças de segurança.
Na análise dos dados oficiais divulgados na quarta-feira (10), o Rio Grande do Sul registra, em 2020, 23 ocorrências de janeiro a maio. Com muita frequência, em anos anteriores, era comum o Rio Grande do Sul ter uma quantidade maior de assaltos apenas em um mês. Em 2016, por exemplo, foram 135 ocorrências nos primeiros cinco meses do ano.
Segundo levantamento exclusivo de GaúchaZH, em 10 anos, o Rio Grande do Sul teve 1,9 mil ataques a bancos registrados. Mais de 70% dos municípios tiveram ocorrências de arrombamentos, furtos e roubos.
Até pouco tempo atrás, era comum termos ao menos um ataque com uso de explosivos por semana. Segundo levantamento exclusivo de GaúchaZH, entre 2010 e 2018 foram 300 ocorrências deste tipo.
Que o exemplo dos últimos dois anos seja replicado nos indicadores que a Secretaria Estadual da Segurança ainda tenta conter. Todos querem reduções de curva no Rio Grande do Sul.
Pela parte da Brigada Militar (BM), a operação Angico tem contribuído para a obtenção destes números.
A operação Angico
Pela parte da Brigada Militar (BM), a operação Angico tem contribuído para a obtenção destes números. A operação tem o nome inspirado na "Grota de Angico", no Sergipe, onde o grupo de cangaceiros liderados por Lampião foi morto em 1938, foi lançada no segundo semestre de 2019. Ela tem atuação em três eixos:
- Impedir que explosivos cheguem às mãos de criminosos. Para isso, é forte a fiscalização junto a transportadoras e pedreiras, já que o material é fornecido ao mercado criminosos por meio de desvios, furtos ou roubos.
- Ações cirúrgicas contra criminosos especializados no manuseio e ensinamentos de uso de explosivos. São as pessoas que capacitam as quadrilhas.
- Posicionar efetivos para pronta-resposta a ataques, como foi o caso da ação nesta sexta-feira.