
A passagem de Vanderlei Luxemburgo como técnico do Grêmio, entre 2012 e 2013, deixou marcas até recentemente. Ou melhor, dívidas que só foram quitadas em 2023. O premiado treinador conduziu o Tricolor na migração do estádio Olímpico para a Arena.
Em 2012, Luxemburgo acompanhava a construção da nova casa gremista. Em uma dessas visitas, anunciou a aquisição de um camarote premium. A locação esteve disponível entre fevereiro e dezembro de 2013, ao custo de R$ 466,25 mil.
Desse total, o Grêmio se responsabilizou por assumir R$ 248 mil, como consta no processo que a coluna teve acesso. Caberia ao treinador pagar R$ 218,2 mil.
- Já estou adquirindo o meu para o próximo ano. Conheço muitos projetos do Brasil, mas não tem nada igual ao do Grêmio. Vejo o clube em segundo posto nesse sentido, que avança no ramo de entretenimento e futebol. É referência na América do Sul – elogiou o treinador, em entrevista para a Rádio Gaúcha.
O técnico, porém, foi demitido em junho de 2013. Ele ocupava desde fevereiro de 2012 e pagou apenas uma das 10 parcelas. Em 2015, após tentativas de cobrança, a Arena Porto-Alegrense ingressou na Justiça contra o treinador.
Durante dois anos, Luxemburgo não conseguiu ser localizado para ser informado sobre o processo. Somente em 2017, o treinador tomou conhecimento da cobrança judicial. A defesa da Arena Porto-Alegrense informou que o técnico visitaria o estádio com o time do Sport, em partida pelo Campeonato Brasileiro.
Abordado no local, Luxemburgo negou-se a assinar o mandado, mas aceitou cópia do processo. Posteriormente, a defesa de Luxemburgo comentou que a dívida havia sido paga quando ocorreu a rescisão com o Grêmio, o que não se confirmou.
- Estávamos com dificuldade em citar Luxemburgo para o processo, porque ele nunca era localizado pelos oficiais de justiça nos seus endereços conhecidos. Então, tivemos a ideia de aguardar a oportunidade em que o Sport, time que ele estava treinando à época, fosse jogar em Porto Alegre. Quando isso aconteceu, pedimos ao juiz que determinasse citação dele por oficial de justiça no vestiário, antes da partida - destaca o advogado Eduardo Peña, do escritório Zugno & Peña, que defendeu a Arena Porto-Alegrense.
Somente em dezembro de 2023, a dívida chegou ao fim. Devido às correções, juros, multa e honorários, o valor da dívida saltou para R$ 631,23 mil. A Arena Porto-Alegrense aceitou conceder um desconto de R$ 231,23 mil. O treinador precisou, então, desembolsar R$ 400 mil.