A melhor notícia da semana na área da segurança é a nomeação, por parte do governo do Estado, de 504 novos servidores da Polícia Penal. São 435 agentes penitenciários e 69 agentes administrativos. Investimento em funcionários é sempre a despesa mais cara para qualquer gestor, porque é permanente. Eterna, pode se dizer, quando se leva em conta que as aposentadorias do serviço público são incessantes. Isso não significa que seja algo negativo. Pelo contrário.
Servidores são a matéria-prima indispensável, sobretudo numa área tão delicada como a que lida com o crime. E, no ambiente da segurança pública, o mais problemático setor no Rio Grande do Sul é justamente o sistema penitenciário. Não por falta de esforço dos servidores, óbvio. É que acumula carências de pessoal e problemas em cascata. Entre eles, episódios de estafa absoluta dos servidores, inclusive por pressão dos criminosos, o que acarreta licenças médicas.
Como se viu recentemente no episódio do assassinato de um líder de facção dentro do complexo da Penitenciária de Canoas (Pecam), o crime organizado assedia as prisões. Seja com enxames de drones para levar armas e drogas, seja com wi-fi para que os chefes de facção consigam despachar suas ordens de trás das grades.
Servidores do sistema penitenciário costumam brincar com a própria situação. Dizem que "puxam cana" (cumprem pena) junto com os presos. A diferença é que podem sair para ver a família. A nomeação de mais funcionários vem em ótima hora. Quanto menor for o número de presos que cada policial penal tiver de cuidar, melhor ficará sua saúde. Os 504 fazem parte de um contingente de 1,7 mil aprovados no último concurso da Polícia Penal, organizado em 2022.