
O enfrentamento de eventos climáticos e a renegociação das dívidas de produtores estão no topo da lista de prioridades elencadas pelo cooperativismo do Rio Grande do Sul. A agenda institucional do segmento para 2025 foi elaborada pelo Sistema Ocergs e apresentada nesta terça-feira (01) na Assembleia Legislativa, em evento da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop).
— O cooperativismo quer trabalhar alinhado. Estamos juntos nesse grande debate do impacto climático no RS — pontuou Darci Hartmann, presidente do Sistema Ocergs.
O dirigente ressaltou, no entanto, que a preparação para que se tenha mais resiliência climática só será possível "se o produtor estiver adimplente". A Ocergs integra o movimento de representações do agro, do parlamento e do Executivo que buscam a repactuação das dívidas acumuladas na sequência de estiagens e enchente.
— O ramo agropecuário, neste ano, é o que mais está sofrendo. Daí a importância do cooperativismo estar junto com as demais entidades. E é isso que fez também a Assembleia Legislativa colocar todo o seu apoio (na proposta de renegociação) — destacou Elton Weber, presidente da Frencoop.
Hartmann acrescenta que os demais ramos do cooperativismo (são seis, no total) serão favorecidos também se o do agro conseguir estar bem estruturado. Na segunda (31), o governo do Estado apresentou uma proposta de como viabilizar a securitização das dívidas de agricultores gaúchos. É por meio do acesso aos recursos do Fundo Social.
— O que o governador apresentou ontem (na segunda) é uma proposta bastante complexa, mas, sem sombra de dúvidas, é mais sustentável economicamente do que a proposta original — avaliou o presidente da Assembleia, Pepe Vargas.
Ele acrescentou que é necessário ter "um diagnóstico concreto, de quantos estão endividados, qual o tamanho desse endividamento, e focar nisso". Dois projetos de lei, um do senador Luis Carlos Heinze e outro do deputado federal Pedro Westphalen, tramitam no Congresso para que se faça uma securitização (que seria reunir todas as dívidas acumuladas, em um novo contrato, único, com prazo e condições diferenciadas para pagamento). O objetivo é manter o produtor adimplente.
— Na minha opinião, sempre todo projeto merece ter um debate. Mas o debate é para ontem — reforçou o presidente da Frencoop, sobre a urgência em uma resolução.