A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
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Em meio à urgência de medidas capazes de conter o endividamento crescente no campo, produtores ligados ao Movimento SOS Agro RS decidiram criar uma associação — batizada de Associação dos Produtores e Empresários Rurais (Aper). De acordo com o produtor Lucas Scheffer, um dos idealizadores, a iniciativa busca recuperar a mobilização do ano passado, quando o setor produtivo se uniu para reivindicar, entre os pleitos, a prorrogação das dívidas ao governo federal após a enchente. O grupo, no entanto, no seu entendimento, se enfraqueceu na virada do ano.
— Muitos produtores ficaram desacreditados, porque as medidas que vieram do governo federal não foram suficientes. Isso desmobilizou muita gente — esclareceu Scheffer, que, agora, atua tanto na associação, quanto no SOS Agro RS.
Para Graziele de Camargo, uma das coordenadoras do Movimento SOS Agro RS, a criação da associação ocorreu por "uma divergência de pensamentos".
— Só que, na nossa avaliação, o movimento vem da soma das entidades, do setor produtivo, dos parlamentares. Temos que ter a união de todos — argumenta a produtora, que não está vinculada à Aper.
Atualmente, a Aper soma pelo menos 130 associados. A escolha do presidente, no entanto, ainda não foi feita. Já o Movimento SOS Agro RS congrega, pelo menos, 20 mil produtores.
No próximo dia 14, dentro do parque da Expodireto Cotrijal, tanto a Aper quanto o SOS Agro RS estarão reunidos em uma audiência pública. A ideia é, neste encontro, debater, junto à Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag-RS) e à Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS), os pleitos da securitização das dívidas e da prorrogação do passivo que vence neste ano.