A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Com nova rodada de leilões realizada nesta semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) encerrou o ano com menos de 20% do volume de arroz adquirido. O governo federal disponibilizou recursos para a compra de até 500 mil toneladas do cereal nacional. No entanto, nos 18 remates realizados neste mês, a companhia não recebeu muitos interessados. Ainda não há previsão de que os remates continuem em 2025.
A maior parte das negociações (63,75%) foi realizada no Rio Grande do Sul. Outro Estado com destaque nas operações foi o Mato Grosso, responsável por 31,54% dos lotes arrematados nos leilões.
Com R$ 1 bilhão, a medida do governo federal é voltada à compra de arroz nacional e busca incentivar a produção do cereal no Estado, maior produtor, e em outras regiões brasileiras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia sinalizado essa vontade durante a polêmica envolvendo a importação do cereal em meio à enchente no Estado. O objetivo seria reduzir a elevada dependência da produção gaúcha, que hoje representa 70% da nacional.
No entanto, na avaliação da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o governo federal está atendendo "a uma ínfima parcela de produtores, especialmente àqueles com logística extremamente favorável".
A aquisição foi feita por meio do Contrato de Opção de Venda, uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor rural ou à sua cooperativa o direito (não a obrigação) de vender seu produto para o governo, em uma data futura, a um preço previamente fixado.
A compra foi voltada aos Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins. Os três primeiros serão destinados à agricultura familiar. Os demais, a todos os produtores rurais e cooperativas, inclusive agricultores familiares.