
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Projetada desde a eleição de 2022, a candidatura de Gabriel Souza ao Palácio Piratini vem sendo sedimentada com a superação de conflitos internos no MDB e gestos do governador Eduardo Leite.
Além de anunciar publicamente que Gabriel é seu candidato à sucessão, Leite admitiu a possibilidade de concorrer ao Senado, o que daria corpo à chapa do aliado. Além disso, a provável migração do tucano ao PSD garantiria a Gabriel o apoio de uma legenda com tempo de propaganda igual ao do MDB.
No partido de Gabriel, os ânimos arrefeceram e não há gestos de oposição ao vice-governador, que evitou o revanchismo.
A relação com o prefeito Sebastião Melo está pacificada e o partido conseguiu costurar o retorno do suplente Tiago Simon à Assembleia. Ambos haviam apoiado Onyx Lorenzoni, contra Leite e Gabriel, em 2022.
Credencial governista
A despeito da construção política, Gabriel tem ciência de que ainda é desconhecido da maioria dos eleitores. Por isso, aposta no desempenho do governo para deslanchar.
Pesquisas internas mostram que a gestão é mais aprovada do que rejeitada, e a aposta é de que os números melhorem ao longo dos próximos meses, quando se intensificarem os investimentos.
Nas rodovias, por exemplo, há previsão de início de 16 lotes de obras ainda neste ano e os outros seis em 2026, fechando intervenções em mais de mil quilômetros.
Aliança inédita
Embora a discussão sobre coligações ainda esteja distante, o grupo de Gabriel Souza vai trabalhar pela formação de uma aliança inédita reunindo MDB, PP e PDT. Os três maiores partidos do Estado nunca estiveram na mesma chapa na corrida ao Piratini.
Juntos, os três têm 340 prefeitos, o que equivale a governar mais de dois terços dos municípios gaúchos.
Prestes a ampliar a participação no governo, líderes do PDT demonstram disposição para integrar a chapa. No PP a decisão sobre alianças deve ficar para 2026.