É um conjunto de ingredientes que fazem do ano de 2024 um novo marco para as exportações de carne suína do Brasil. A cereja do bolo, no entanto, fica por conta de um item especial: a o apetite aberto das Filipinas. O país asiático desbancou a China da posição de principal comprador da proteína.
Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que entre janeiro e novembro, os embarques de carne suína somaram 1,24 milhão de toneladas, alta de 11,1% sobre igual período de 2023, volume 11,1% maior em relação aos onze primeiros meses de 2023. A receita gerada foi de US$ 2,77 bilhões, o que representa um aumento de 7,3% em igual comparação.
— Em 11 meses, as exportações de carne suína já superaram todo o embarque do setor registrado no ano passado. É importante ressaltar o aumento da capilaridade das exportações de carne suína e o efeito positivo do sistema de pré-listing para diversos mercados, como Filipinas e Chile, que agora despontam entre os principais destinos — avaliou o presidente da entidade, Ricardo Santin.
A frase do dirigente evidencia os ingredientes do resultado: a capilaridade, ou seja, a diversificação de destinos de venda, e a entrada de players importantes. Entre esses compradores, está a "cereja do bolo", as Filipinas. E que se tornou um mercado possível a partir do pré-listing, autorização a todas as empresas habilitadas pelo Sistema de Inspeção Federal (SIF) para pedir o credenciamento para exportar para o país em questão.
O país asiático anunciou essa possibilidade em fevereiro deste ano. De lá para cá, o volume embarcado não para de crescer. Só em novembro foram 28,8 mil toneladas, alta de 28,8 mil toneladas em novembro, volume 143,9% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Mais do que isso, fechará o ano como o maior comprador dessa proteína.
Cenário que se reflete também no Rio Grande do Sul. O Estado vendeu 41,95 mil toneladas nos 11 meses deste ano para as Filipinas, o que representa crescimento de 4.071% e também o principal destino. Em receita, foram US$ 91,6 bilhões (+26.224%).
A conquista desse mercado foi possível graças à evolução do status sanitário em relação à febre aftosa — em 2021, recebeu a certificação de livre da doença sem vacinação.
Avanço também no frango
Dados da ABPA mostram ainda que nas vendas externas de frango o Brasil, maior exportador mundial da proteína, acumulam alta ao longo dos 11 meses de 2024. As 4,84 milhões de toneladas embarcadas são 3,7% a mais do que a quantidade de igual período e 2023.
O faturamento foi de US$ 9,07 bilhões, 1% a mais do que em igual comparação. A China ocupa a liderança no ranking dos maiores compradores.