
Foi em meio a uma estiagem da onda recente registrada no Rio Grande do Sul nas safras dos últimos anos que a família do produtor José Rossi, 26 anos, decidiu que era hora de investir na irrigação. O movimento feito em 2022 na propriedade em Campo Novo, no Noroeste, traz nos resultados práticos o melhor argumento. Com um novo quadro de escassez de umidade estabelecido, a área irrigada pelo pivô, cem hectares de milho, ostenta em números a diferença de rendimento. São 235 sacas por hectare, frente a 150 sacas no sequeiro (sem o sistema). Ou seja, mais de 50%.
– A gente precisa do grão para pagar as contas – reforçou o jovem, acrescentando que a família já tem planos de ampliar o uso de irrigação.
Além de milho, soja e trigo são cultivados na propriedade.
O relato feito pelo jovem evidencia a relevância da ferramenta não só como mitigadora dos efeitos da estiagem, mas também como estratégia para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.
– Se uma propriedade tiver 30% da área irrigada, é um baita seguro – observou o secretário estadual da Agricultura, Clair Kuhn ao falar sobre o tema.
Mais de 700 propostas foram apresentadas à pasta para acessar a segunda etapa do programa que subsidia 20% do investimento em irrigação – limitado a um valor de R$ 100 mil. As inscrições seguem abertas até abril. Hoje, somente 3,2% da área de soja conta com o sistema. No milho, o percentual é de 15%.