A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Se o touro Hudson, da Fazenda Boa Esperança, de Cachoeira do Sul, é o animal mais pesado da 47ª Expointer, com quase 1,5 tonelada, o título de mais leve da edição fica com as abelhas sem ferrão. Com menos de uma grama, os animais estão participando da exposição ao lado dos estandes da Emater, no parque Assis Brasil, em Esteio.
Segundo o presidente da Federação das Associações de Meliponicultores do Estado do RS (Femers), Nelson Angnes, a ideia de trazer esses animais para a feira é divulgar as espécies:
— Cerca de 90% dos brasileiros não sabem e não conhecem as abelhas sem ferrão. As pessoas vêm aqui e já ficam com medo, acham que têm ferrão, mas não tem.
Mais do que divulgar as espécies — só o Estado soma 24 —, as abelhas sem ferrão são nativas e são importantes na polinização de culturas da agricultura familiar, acrescenta o presidente da Femers.
— Também fazem um excelente mel, suave, com 24 sabores distintos. Se utiliza muito na alta gastronomia — acrescenta Angnes.
No espaço reservado às abelhas sem ferrão na Expointer, há 12 espécies para serem conhecidas. No local, estão à venda também hidromel, licores e meliprodutos, como velas e sabonetes.
Como os grandões
E assim como os "grandões", como o Hudson, as abelhas passam também por uma avaliação sanitária para ingressar ao parque.
De acordo com a fiscal estadual agropecuária Fernanda Polanski, os inspetores da Secretaria Estadual da Agricultura vão até a propriedade antes da feira para fazer uma avaliação de sanidade. Lá, caso os animais estejam sãos, é emitido uma guia de trânsito animal (GTA) para o número de caixas que o produtor pretende levar à Expointer.
— O veterinário avalia visualmente, na hora, se há incidência de ácaros nas caixas — detalha a fiscal.
Na hora da chegada da feira, os fiscais avaliam, então, a GTA. As caixas, nesta etapa, não são mais abertas até chegarem no local onde ficarão expostos.