
A mudança climática vivida no Rio Grande do Sul vai exigir mudanças na forma de produção de um dos principais ativos agropecuários do Estado: a carne bovina. Matéria-prima do tradicional churrasco gaúcho, a proteína ganha espaço à mesa de debates da XX Jornada Nespro/Ufrgs e Congresso Internacional de Criadores, que ocorre nos dias 17 e 18 de junho no Barrashopping Sul, em Porto Alegre. O evento foi oficialmente lançado nesta quinta-feira (24), na sede da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
— A pecuária vem com dificuldades enormes, que os números ainda não detectaram. Os últimos cinco anos mostram cinco anomalias climáticas: quatro secas e uma enchente. E temos um prognóstico de inverno seco. Isso mostra que temos de ter resiliência, adaptação — disse Júlio Barcellos, coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro).
— A pecuária moderna precisa vir acompanhada de inovação, sustentabilidade. E como buscamos isso? Com conhecimento, bom conhecimento — pontuou Antonia Scalzilli, presidente do Instituto Desenvolve Pecuária.
Vice-presidente da Farsul, Domingos Velho Lopes, destacou também o trabalho que vem sendo feito pelo Estado para fazer o inventário do balanço de carbono de acordo com a realidade local. Hoje, os dados existentes de emissões de gases de efeito estufa e de captura do carbono têm como base a agricultura e a pecuária do Hemisfério Norte, de clima temperado.