A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Uma das inúmeras áreas submersas pelas águas que avançam desde a semana passada na Capital, a Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa-RS) reabrirá em um espaço provisório a partir desta quarta-feira (8). À coluna, o presidente da Ceasa, Carlos Siegle de Souza, explicou que a ideia é "garantir, pelo menos, o abastecimento mínimo no Estado" de hortifrúti.
— Se, porventura, não houver a possibilidade de produção aqui, já estou inclusive em contato com as Ceasas de outros Estados para garantir o abastecimento — reforçou o dirigente.
Desde a semana passada, a oferta de hortifrutigranjeiros tem reduzido na Centrais em função da chuva ininterrupta que se estendeu por dias. A maior falta percebida entre os consumidores no local foi de folhosas, como a alface. Agora, a expectativa do presidente da Associação dos Produtores da Ceasa/RS, Evandro Finkler, é dar vazão à produção dos agricultores gaúchos:
— Muito produto teve de ir fora. Batata, tomate, cebola, cenoura. Muitos produtores também, na semana passada, não conseguiram acessar à Ceasa por problemas na estrada.
Problemas que, no entanto, teme Finkler, devem encontrar novamente a partir de amanhã, no novo endereço, há 10 quilômetros da sede no bairro Anchieta, em Porto Alegre. É por isso que o dirigente, que também é produtor, estima a participação de cem a 300 agricultores no estacionamento da farmácia São João, em Gravataí, na free way. Em dias normais na Ceasa/RS, a circulação chega a 600.
— De qualquer forma, é importante a retomada de um ponto de venda — avalia o presidente da Associação.
Para Siegle, o movimento será bom:
— Muitos produtores não foram afetados de forma definitiva, outros têm estoque e precisam escoar.
O espaço foi cedido pela rede de farmácias São João e funcionará como uma espécie de feira, com lonas para proteger de eventual chuva.
Enquanto isso, a área considerada por muitos agricultores como "casa" — quase 70% de tudo o que é comercializado na Ceasa é produzido no Estado — segue inviabilizada. Com 2,5 metros de água, a única movimentação no local é de balcões, carros e pedaços de estruturas boiando de acordo com a correnteza. E equipes de vigilância, que circulam no espaço de barcos e jet skis para evitar furtos.
No início deste ano, a Ceasa/RS também sofreu danos por chuva e vento forte. Na ocasião, quatro pavilhões foram destruídos.
Serviço
- O que: Espaço provisório da Ceasa/RS para comercialização de hortifrúti
- Onde: No estacionamento da Farmácias São João, em Gravataí, na free way
- Quando: A partir desta quarta-feira (8), das 12h30 às 17h30