Com a ajuda de um equipamento semelhante ao joystick de um videogame, um operador consegue “levantar” uma carga de seis toneladas em questão de segundos. E ajuda a carregar um caminhão com bags de fertilizantes em um tempo 50% menor. A ação ocorre em um dos pontos do complexo industrial da Yara em Rio Grande e materializa parte do investimento de cerca de R$ 2 bilhões que ampliou a capacidade de produção no local. Essa é a primeira vez que jornalistas têm acesso ao processamento após a conclusão das obras.
A unidade chega neste ano ao potencial pleno viabilizado com a expansão - 1,1 milhão de toneladas na granulação e 2,2 milhões de toneladas na mistura. E mantém aportes para a melhoria de estruturas: em 2024, serão mais R$ 154 milhões.
Sobre o desafio que tem pela frente, concluídas as obras de ampliação, Lucas Elizalde, diretor da regional Sul da Yara, responde:
— É otimizar a performance. E a parte mais antiga ainda demanda mais investimentos, para deixar mais uniformizada (a estrutura).
O carregamento acima descrito faz parte da área onde são ensacadas as chamadas big bags, sacas com capacidade de uma tonelada cada. E conta com a tecnologia para agilizar o processo e eliminar o trabalho braçal antes necessário para realizar a mesma operação. O ensacamento é feito por uma máquina finlandesa.
Em outro ponto, onde são embaladas as small bags, sacas menores, de 40 a 50 quilos, fornecedores italianos se juntaram para fazer uma linha automatizada sob medida. A cada 3,5 segundos, uma embalagem fica pronta em cada uma das duas máquinas. Na hora de colocar os palets ensacados no caminhão, mais uma vez é a tecnologia que se encarrega da tarefa.
Na área de 50 hectares do complexo, os números são todos superlativos. É possível carregar de 300 a 350 caminhões por dia. Um centro integrado de logística, acompanha todos os veículos, do momento da entrada até o da saída, tudo de forma automática, a partir do cadastramento e da colocação de uma tag.
— É um sistema único no ramo de fertilizantes — assegura Elizalde.
Um píer com dois berços e um shiploader permite o descarregamento de navios trazendo a matéria-prima (que precisa ser importada, porque não tem produção no Brasil). O transporte até os armazéns é todo feito com a ajuda de esteiras.
— Na velocidade máxima, é possível carregar 1,2 mil toneladas por hora — explica Cristiano Rodrigues Barcellos, gerente operacional do píer e de misturas.
De origem norueguesa, a Yara tem no Brasil um ponto estratégico da atuação global. Da unidade de Rio Grande, sai até 30% da produção total de fertilizantes da marca no Brasil.
A coluna viajou a Rio Grande a convite da Yara.